A casa como conexão entre a memória genética e as nuances da natureza
Este projeto parte à procura de um resultado elevado do que é um espaço biofílico, o agente condutor dessa composição é o tempo. O tempo é o compositor da Biofilia, na mesma proporção que é o condutor da evolução humana na criação da consciência do que é existir. Neste projeto de interiores, a linha condutora foi o pensamento do que é viver verdadeiramente na natureza e de como é esse entorno: unificado, harmônico, com movimentos e mudanças instintivas e incontroláveis. Essa é a beleza instigante que conduziu a jornada humana ancestral no meio natural.
Todas as formas de vida que habitam o planeta são energia. Energia é movimento, e movimento é mudança. A mudança gera a vida. A grande inteligência natural de cada ser dentro desse ecossistema é perfeitamente calculada e harmonizada com o entorno, para que assim, haja prosperidade no meio. O ser humano pertence a esse meio. Resgatar a inteligência intuitiva natural que foi adormecida pelo mundo urbano moderno é fazer com que a consciência do que é existir seja retomada. Este é um caminho que precisa ser percorrido e discutido para proporcionar a evolução do pensamento humano em relação à morada.
A presença efêmera de um sistema vivo dentro do espaço de morada demonstra a movimentação da energia natural que um ecossistema cria naturalmente através da inteligência que rege os meios. Quando tudo é regido em perfeita harmonia pela natureza, o ser humano atinge um nível de experimentação de fortes memórias, pois, a mente é capaz de relembrar ou criar associações quando possui um papel dentro da relação entre os seres vivos que está existindo no espaço criada pelo tempo.
A grande palavra-chave para essa relação, é: Memória genética. Essa, está diretamente ligada a todos os registros genéticos passados de geração para geração, desde os tempos ancestrais vividos no meio natural. Quando o ser contemporâneo entra em contato com a natureza essas lembranças genéticas são ativadas.
A jornada que o ser humano ancestral realizava na natureza pode ser resgatada na memória genética do ser atual. Essa, proporciona o resgate do mapa de circuitos neurais criados há décadas quando a natureza era parte integrante e fundamental na vida do ser humano.
Através do wayfinding genético é possível ativar essa memória, para assim que o corpo entrar no espaço, ocorra a ativação da vivência ancestral do ser no meio natural, proporcionando a vivência integral no momento presente, que o grande propulsor da felicidade plena.
O projeto Microcosmos utilizou desta vertente para a realização do layout do espaço. Conforme o individuo adentra no espaço, as camadas exteriores construídas ao longo do dia serão dissolvidas para que a conexão com as nuances da existência interior sejam alcançadas.